quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

A falsa delicadeza com estranhos, ou parte da “Herança Maldita”.

Quando uma pessoa que não lhe conhece virar pra você e falar.
– Minha querida, ou meu bem, meu amor.
Pare e reflita; que intimidade ele(a) tem para lhe chamar de querida? 
Sinta a frase; “Minha querida”. Algo que a torna especial, amável, carinhosa. “Meu amor”, mais íntimo ainda.
Esse tipo de frase virou um jargão oportunista e imediatista, usado por políticos para quebrar a sua defesa em relação á sua figura estranha. E como a auto estima dos brasileiros é baixa pela própria decrepitude moral de um povo, que cresceu sob os auspícios da camaradagem exploradora do que é público com a cumplicidade viciosa da vizinhança.  
Tempos idos, era e ainda é comum os políticos abraçarem, baterem nas costas das pessoas, outro ardil para quebrar a resistência. Quem lhe abraça, quem lhe chama de querida é alguém com quem se tem intimidade, de quem se tem afeto.
Com o político não temos nem afeto nem intimidade, mas no momento em que ele lhe diz; “meu querido”, cria essa relação, para você se sentindo amado amoleça o seu coração e se abra pra ele. 
Aí está, uma coisa que o Lula usou e abusou na sua campanha Lulinha paz e amor.
E foi repetindo, repetindo que hoje ao comprar uma fruta na rua o vendedor lhe diz: “Está muito boa querida”.
Como é que é?
Está errado, por mais que pareça chato é correto perguntar, se ao menos ele sabe o que significa a palavra querida?
Não é porque algo foi usado oportunisticamente por delinquentes morais durante anos, que vira regra, o vocabulário é só um. Não devemos usar palavras carinhosas com estranhos, faz parte da educação básica que todo cidadão deve ter, usar as palavras senhor e senhora, por favor, obrigada, bom dia etc...
Ainda hoje podemos ver, por exemplo, nossa presidente, quando entrevistada e alguém faz uma pergunta que ela acha ser inconveniente, ela diz; — Minha querida! Olhos mandando farpas tenebrosas para quem fez a pergunta, o minha querida é só pra atenuar a raiva que sentiu com a pergunta inconveniente.
Muitos dos nossos bons costumes foram alterados propositadamente pelos governantes maus intencionados, corrompedores da coletividade.
Falar errado para exaltar o erro como parte da cultura é alta sacanagem, estimular a ignorância para justificar a deficiência do ensino que não se preocupou em melhorar na qualidade do aprendizado, é querer estimular a mediocridade e usar como arma de discriminação em relação aos instruídos e a quem não tem instrução.
Lentamente foi se firmando o jogo da separação, de estabelecer diferenças onde o que parece mais privilegiado o é em detrimento do “pobre coitado”: seja miserável, trabalhador,  de cor, homo etc..  Essa diferença é exaltada como se fosse uma coisa sedimentada. Não, ela foi se estabelecendo socialmente com a repetição à exaustão, dos interessados nessa discórdia, seja presidente, governador, deputados, senadores, todos aqueles que se favorecem com a cizânia. Eles não querem saber do desequilíbrio que isso veio causando com essa mentira repetida.
Acreditem ‘queridos’, escrevo essa palavra seguindo a banalização das palavras afetuosas com estranhos no sentido de amaciá-los.
 E uma das coisas que vi se instalar como hábito no nosso país foi o mau exemplo de um ex presidente se espalhando como praga. A expressão “meu querido” no contato direto com a população nos inúmeros  comícios em que esteve por esse país, consequentemente foi um modelo assimilado por aqueles sem condições de acesso a educação básica,  aquela pessoa igual a eles virou presidente. Esperança.
E hoje é comum se ouvir: custa x meu amor, aqui na Bahia; assim como se ouve naturalmente em lugares públicos, expressões chulas, xingamentos fazendo parte de conversas comuns, nas filas de bancos, supermercados;  — Puta que pariu, porra, pô caralho, vá tomar no cu. Vá a merda ficou fraquinho e quase não é mais usado. E pensar que meus pais não nos permitia nem;” vá a merda”.
A distorção está tanta que ai de quem se atreva questionar; numa transação de venda de morangos na rua, como no diálogo abaixo:
— Meu amor não dá pra vender três por R$ 10,00
— Como é que o senhor me chama de meu amor, o senhor nem me conhece?
— É uma forma de carinho.
— E daí, como é que usa uma expressão de carinho com uma desconhecida?
- Não gostou é?
— Não. Não gostei e senhor e senhora já seria de bom tamanho. 
Não vou continuar com o diálogo.
A pessoa fala uma palavra errada no contexto cotidiano e ainda se ofende se é questionado, já questionei várias vezes e depois tive de explicar (gentilmente) para essas pessoas que certas palavras só devem ser ditas com quem partilhamos de intimidade, aliás usando uma linguagem de fácil compreensão.
Quando olhamos no dicionário a palavra querido(a).
Querido = A que ou a quem se quer muito; amado(a). S.m. Expressão carinhosa e íntima aplicada a uma pessoa do sexo oposto a quem se estima ou ama; o mesmo que meu bem.
Portanto não podemos chamar de querido um desconhecido.
E quando viajamos para outros países, onde a educação foi guiada para a socialização e respeito, vemos o quanto estamos atrasados em civilidade. Durante décadas, nos deixamos envolver em maus costumes como modelo para maus hábitos. Que o diga a música brasileira.
O que os políticos usaram com más intenções é tática suja de aproximação que não deve ser repetida e sim repelida. Não preciso de um político para ser meu amigo, é preciso que esse político cumpra a função a que ele se propôs só isso.
É falta de respeito um estranho me abraçar sem a minha autorização. Usar expressões carinhosas que só usamos com aqueles a quem amamos com estranhos, é vulgarizar a palavra.   



Junho de 2014

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Corrente


       
       

Esse texto é dedicado para as(o) queridas(o) amigas(o), virtuais que mandam dezenas de mensagens, tipo corrente.
Acreditem fofas ainda que virtuais, sei do tamanho do coração de vocês e sou imensamente feliz em tê-las como amigas, agora cá pra nós, ficar mandando mensagens em privado que não é um bilhete me perguntando se estou bem, ou uma carta para firmarmos a nossa amizade trocando figurinhas existenciais,  se não for com esse propósito não mande nada.

Ontem ao compartilhar uma mensagem me vi, colocando emojis de risos. Uma hora depois caiu a ficha. A que ponto cheguei?   A razão desceu profunda diante da minha coisificação. Logo eu?
Que prezo por uma boa conversa, sempre fiz questão de ser autêntica. E agora estou recebendo mensagens correntes, suplicas, salvação, será que estou tão precisada assim?   

Se tem no facebook a palavra compartilhar, como é que a criatura ainda manda pelo Messenger?  É dose dupla de sofrimento. E mandam com a observação preciosa. Lindo, chorei...  dezenas de carinhas e bichinhos
Os amigos são como balões.  E termina com a ameaça. “Vc vai se surpreender com quantos vão lhe retornar essa msg...”
Congelo! Isso não é surpresa, é susto!@.com.
Sangue de Cristo tem poder! Deleto com receio dela ficando no meu face mais tempo possa se propagar como pólvora e o que é pior, de mim. 
Afinal amigas. Eu juro, Não quero ser contra a pombinha da paz, nem do coração de jesus, nem o coração todo vermelho que tem de arrastar para não sei aonde, nem encosto a mão no mouse quando vem essa mensagem: com medo de apertar e ele falar comigo. Já pensou um coração de acrílico falando?
Eu já, várias vezes e tenho medo.
A da pombinha, que ainda vem com a frase: “não deixe que ela morra no seu”.  Áh não! já ando me sentindo uma pombicida não gosto da palavra: assassina de pombos virtuais! E aquela curtida que você deu por gentileza e aí recebe mensagem dizendo que vou ter de enviar para tantas pessoas  em menos de 24 horas.
 Criatura de Deus,fui fazer uma gentileza, apenas por uma frase ou palavra dispersa da rotina facebookeana. Por favor; não entenda cortesia como uma seguidora asinina (que não pensa). Detesto correntes.

O pior é constatar, é que as tais mensagens, são de pessoas que não curtem o que posto, não comentam, não compartilham e ficam me mandando em privado mensagens que não são delas.

Se quer se comunicar escreva um bilhete uma carta, vou gostar e vou responder, mas fotos com mensagem, correntes, fotos de políticos. Não, não e não. Não gosto da massificação da santidade e realmente não entro na internet pra ver santo nem pra rezar, isso faço sozinha, eu e Deus.
Ficou claro?
Espero que sim.

Agradecida por sua atenção.

Lou West



domingo, 7 de maio de 2017

5 de maio de 2017

  Pra pensar.

Quando mudamos de casa, por exemplo; se moramos numa casa de  três quartos temos filhos, possivelmente, não levamos algumas coisas, são velhas e queremos novas e os descartamos  
Levamos os nossos pertences num caminhão  baú tipo médio. 
Imagina que um container cabe toda a sua mudança. 

Agora visualiza; você ocupando um alto cargo da nação e vai morar num lindo palácio levando de seu, 6 malas grandes.                                                       Vai ganhar um salario maravilhoso  e não vai pagar por nada e lá, você passou grande parte do seu tempo, também viajou se divertiu teve a disposição o melhor, inúmeros rapapés, durante 8 anos da sua vida foi uma felicidade total você viajando fazendo propaganda de si mesmo. Numa linguagem popular. Você foi o “tal”.
Termina o trabalho você tem de sair para outra pessoa ocupar o palácio, e nessa saída:  Quando vai embora, leva consigo, 15  caminhões de mudança iguais ao do primeiro parágrafo.
Quem é nesse mundo, de mente sã, que vai pensar que você não roubou?

Lou West