domingo, 18 de agosto de 2019

Poemas Místicos





Consciência

 

Caminhando no presente

Vi brilhar ao longe

Uma pequenina Luz

Mas, por mais que

Eu andasse,

não a alcançava.

Andei por montes, planícies e vales.

Atrás dessa luz,

esquecida de mim.

Esquecida do presente,

que perdia o seu valor.

O sentimento de tempo.

Enquanto seguia àquela luz.

 

Quando,

um belo dia.

Ouvi uma voz.

De que adianta, ir atrás de algo?

Que por mais que se esforce,

está fora de ti.

Quando você também, tem o que procura.

Deixe-me brilhar em você.

Deixe vibrar em você.

O amor, a paz, o discernimento,

e muita alegria.

E eu, brilharei  forte.

Em ti

Mas, tão forte

Que se sentirá quente

Dona de si

Tão forte.

Que não mais

precisará

Ir atrás

Do que não é seu




O ser consciente,
Sabe. 
Que a existência não tem idade.
É sempre oportunidade,
para o amadurecimento emocional da alma.
O corpo é que fica velho, cansado.
Ele fica.
A mente se vai, 
mais leve.

Todo esforço pra ser uma pessoa melhor.







Luminescente

Luz  é leve
Luz é vida
Deu a luz.
Comunhão de seres.
É harmonia,  paz
Quietude
Sintonia, expansão
Amor incondicional
Leve, solta pelo ar
O pairar
O ver
O ser
O estar
Aqui e agora.
Eu      







   Conexão


A certeza em ti,
é maior do que a fé.
Quando eu não sabia de mim
Também pouco sabia de ti
Mas te sentia
Como não sentia a mim mesma
Algumas vezes
sentia a tua chama
Dentro de mim
Quando eu te questionei
De pronto me respondestes
E daí em diante
Do teu poder
E hoje sei 
Que o teu amor
Resplandece o meu coração
Por estar em comunhão convosco.
Ó Pater Mãe do cosmos.
AUM......













Conveniência

Que um anjo me pegue pela mão
E me leve ao cume
da montanha do amor.
Da quietude sem beatitude.
Que um anjo me diga o que devo fazer
para a minha vida estar bem,
com todos os que me cercam.
Que um anjo me feche os olhos
para aquilo que não quero ver,
e aí de quem, me diz que vê.
Pois esse, será excluído da minha vida
Que um anjo, enfrente os desafios dos meus dias.
Que um anjo transforme a minha aura em cor de rosa quase claro,
Que um anjo só coloque pérolas na boca dos meus desafetos
E na minha, a verdade suprema,
a minha verdade
Que é tão boa  que deve ser imposta a outros humanos.
Que um anjo me leve pela mão, calce os meus sapatos  
E diz que sou maravilhosa.
Que um anjo

Bla..bla..bla..
bla....bla..bla...

















Senhor

Ensina-me:
A dar sem receber,
A rir das minhas tolices,
ajudar a quem pede ajuda.
A estender a mão sempre
A ser forte com certeza,
De que nada sou.
A enfrentar a dificuldade,
ciente da minha vitória.
A dar a outra face, sem um lapso de rancor.
A saber ouvir, mesmo que o que eu ouça,
me pareça insignificante.
A ver no olhar de uma criança,
o brilho da vossa presença.
A amar sem ser amada.
E com esse amor incondicional,
vencer a treva.
Obedecendo aos vossos desígnios.
E assim senhor.

Que eu possa ser chamada Filha de Deus.         

Algum dia de agosto de 1993
















MORTE !
                  
                   Tragédia  de vivo

                   Espanto  geral, 
                   ninguém  esperava.
                   Gritos na noite:
                   Que será de mim?
                   O tragico no arrrrr.
                                               
                                                 Velório :                           
                                     
                                                   Castiçais
                                                                Pedestais                                              
                                                   Velas acesas
                                                   Corbélias  calorosas.
                                                                                                             Roxo  
Preto,  azul
Lágrimas  fúnebres. 
Alguns  urubus.
                            
                                       CASA :
                                 
                                    Mãos  lavadas.
                                    Álcool no ar.
                                    Suspiros de alívio
                                    Aliviados,
                                    da morte.


5 de set. de 1987














O Cristo

Dos teus lábios saiu a flor
E nós pisamos
O seu gesto amenizou a dor
e não vimos
Da sua voz
Veio a verdade, a renegamos
A sua vida foi um exemplo
De messiânico

Você todo, era amor
O repelimos
O seu coração sangrou
Achamos pouco.
O crucificamos.
E até hoje festejamos o teu suplicio

Tem coisa melhor do que comida de 6ª feira santa?

10 de abril de 1993

Eu nasci
Há dez mil anos atrás....










sábado, 27 de julho de 2019

O meu olhar no mundo


O que nos cerca.
Vejo e registro numa foto, ou numa poesia, 
numa estória,  a beleza ao meu redor. 
E deixo a lembrança,
do meu olhar, no mundo.
Numa foto.


    
 Sagui de tufos branco (Callithrix jacchus)
   

Cresceram, sabendo que ao chegar na Acácia cor de rosa na frente da minha casa e gritar, depois de um tempo aparecerei com um prato com bananas.
Vão comer, descansar alguns minutos, depois vão embora arriscando a levar bicadas de sabiás da praia, pássaros abusados que dão voos  rasantes no fio onde os pequenos micos seguem os pais para o prato de comida.    

Zequinha foi um deles, depois de uma queda do fio, ele não movia as pernas, a família o deixou no jardim da vizinha, que o mandou pra nossa casa.  Ficou bom das pernas aprendeu a pular, mas, como cresceu amigo de gatos e cachorros, apanhava dos parentes que apareciam para comer a sua comida. 
Não aconselho a pessoa alguma, criar esse tipo de animal –Saguis, (micos) macacos - eles precisam de atenção e sentem ciúmes, vão sempre acabar mordendo alguém.   

    E lá se vão 35 anos. 




















Zeca

















sexta-feira, 22 de março de 2019

Meu primeiro emprego




Em junho de 2003, viajando pelo sertão da Bahia fiz essa foto como lembrança do "meu primeiro emprego" do gov. Lula, quem lembra?
Estava começando uma história, muito feia, opressora, da exaltação do tudo o que não presta.
Não demorou muito e a Ética fugiu indignada.

Fome zero?   
Zeraram os cofres e ainda estamos pagando.

É preciso desmontar o mecanismo.
#FaxinaGeral no sistema!




domingo, 17 de março de 2019

Da série: Por que guardei, tanto tempo os meus escritos?


Do tempo em que a minha mente ainda oscilava com o socialismo utópico.
O que me salvou foi saber o preço das coisas, ter três filhos para criar e assumir a executiva do lar. Simples assim. 
A coitadice está presente nas poesias. 


                                 

                               Corumbá


                                     Minha terra  não tem palmeiras
                                     E os sabiás,  foram levados
                                     Em gaiolas. Para bem longe
                                     Restam andorinhas
                                     E urubus aos montes
                                     Que planam sobre a cidade
                                     Agourando a todos
                                    
                                    O sol que lá brilha
                                    Forte e causticante
                                    Como que, mostrando
                                    O seu poder abrasador
                                    De secar a terra
                                    E o coração da gente
                                    Que lá.
                                    Nem  mais quer morar
                                    
                                    E quem fica
                                    Não pela vontade
                                    Nem pelo amor à terra
                                    Mas, pela ausência do querer
                                    Ir embora
                                    Dá trabalho viajar
                                    Arriscar
                                    Lá tem uma casa
                                    Pra morar
                                    E peixe no rio
                                    
                                    Minha terra não tem palmeiras
                                    Mas tem pé de umbu
                                    Que é doce e carnudo
                                    Como para mostrar
                                    Que a seca
                                    Não é tão má assim
                                    
                                    Quando chove
                                    O  mato cresce.
                                    Tudo floresce
                                    Pequis,  tamarindos
                                    Puçás  e  pitombas
                                    Infestam na beira da estrada
                                    E eu
                                    Me esqueço das palmeiras.







Momento Sombrio



Que fazer?
Quando você
Não se tornou alguém
Que fazer? Para não ver
No rosto do seu pai
A decepção.
Que fazer, quando sua mãe
Continua a repetir
Vá pedir emprego ao deputado
Que fazer?
Quando seu irmão de boca cheia lhe diz
Fodido
Que fazer quando seus amigos
Não mais o compreendem
E parecem estar. Sempre ocupados
Que fazer?
Quando aquela menina
Faz de conta  que não lhe viu
Que fazer?
Quando seus vizinhos
Parecem que estão indo muito bem
Mas, você não está lá grande coisa
E até parece
Que você os agride, com o seu desconforto
Você  parece incomodá-los
Com a sua penúria
Eles não  entendem
E depois
Seus problemas, são tão pequenos
Eles não são nada
Comparados aos das outras pessoas
Você tem dois braços, duas pernas
É sadio.
É assim mesmo, dizem:
Quem manda querer levar a vida na flauta?
Mas, você não sabe tocar flauta.
Você escreve poesias.
Dá no mesmo.
Você escreve romances.
Vive de fantasia, pois é.
Agora se alimente com ela
Que fazer?

São tantas coisas a fazer,
que não sei por onde começar.   



25 anos depois
Os olhos de meu pai sempre foram de compreensão e apoio incondicional.
Passei anos achegada com a ópera. 
Puro drama. 








       A ‘la’ Roger Waters



Amigos?

Sem que um soubesse da existência do outro
Sem que nunca tivessem  tocado, a mesma nota de real
Sem que tivessem passado pela mesma rua,
uma única vez.
Sem que ao menos pensassem sequer, na mesma garota,
da playboy.
Sem que uma única vez, tivessem almoçado no mesmo restaurante
a quilo.
Nem ao menos moravam em bairros próximos

Uma única vez, estiveram na mesma estação
Pegaram o mesmo ônibus
Um pediu licença ao outro
Por um momento
Seus olhos se encontraram
Fixando firmes na profundeza do outro
E nesse momento
Que durou uma eternidade
Reconheceram-se amigos,
de não  se sabe onde.

De já vu

Aparentemente  eles não eram amigos.




Algum dia de maio de 1994









Da série:
Por que guardei, tanto tempo os meus escritos?



 
Escondi os meus sonhos
Eles não enchem barriga
Apesar de me ter levado para as nuvens
Quando eu deveria ter os pés no chão  
Apesar de me mostrarem um vislumbre
Do que seria a luz
Tive que deixá-los
De lado
Na casa
Guardados
Dentro do armário
Escondidos para que ninguém
Possa encontrá-los e jogá-los fora
O lugar é secreto
E só eu sei
Mas ainda assim
Terei de esquecê-los por uns tempos
É a vida 
O dia a dia
Que me tira de mim
E me perco no almoço.

Junho de 1996